A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente. (George Bernard Shaw)
Vereadores de Vila Velha: poucas ideias, poucos projetos e sempre à sombra das lideranças comunitárias de quem “surrupiam” paternidade de ideias e conquistas resultantes de esforços coletivos e da organização da sociedade civil. Estamos falando de Ideias e Projetos – urgentes e necessários – para a cidade, com “I” maiúsculo e “P” maiúsculo, para que fique bem claro que precisamos de profissionalismo, de profundidade cognitiva, de Inovação e de Tecnologia. Entendemos bem a cara de pau de alguns dos senhores vereadores de Vila Velha. Enquanto as lideranças comunitárias e populares lutam arduamente para acompanhar os fatos que prejudicam a cidade (população), apresentando propostas e cobrando resultados da prefeitura de Vila Velha, os senhores ficam de soslaio. Depois de lutas extenuantes, quando as lideranças de comunidades conseguem algum bom resultado, eis que aparecem os dignos edis na tribuna da Câmara Municipal e se apropriam da titularidade das ideias e sugestões. É a velha história: “quando o pato é feio não tem pai, mas se é bonito…”.
Basta uma breve pesquisa na página da instituição na internet para conferir que é extremamente precária a atuação dos vereadores, alguns sequer produziram projetos, indicações ou requerimentos, três possibilidades que eles mesmos fazem constar na página da câmara onde constam informações de mandato. Uma falta de interesse e imaginação “de doer”. Não é sem outra razão a urgente necessidade de apropriação indébita de pensamento alheio. Trata-se de sobrevivência política, digo melhor da velha política, da política ruim, nefasta, improdutiva, politiqueira. Mas de irregularidades e prejuízos eles entendem: “As supostas irregularidades vieram à tona em outubro de 2011, com a divulgação da instrução técnica inicial dos auditores (relatório preliminar da auditoria). Pelo entendimento inicial, a Câmara, então já presidida por Carlini, realizou gastos suspeitos em 2009, como uso de verba de gabinete para o pagamento de despesas sem interesse público, além de indícios de irregularidades em licitações e contratos”. Tudo consta, segundo a matéria de 14.04.2015, em A Gazeta online, do “relatório técnico conclusivo dos auditores do TCES”, onde se “recomenda aos conselheiros que os vereadores sejam condenados a ressarcir os cofres públicos em R$ 1,74 milhão”.
Enquanto isso grassa problemas no município. “Rugem os tambores” e “roncam as ruas” para reclamar, denunciar, requerer providências. São inciativa dos próprios cidadãos. Isso mesmo, cidadãos… São eles que vão à luta pela cidade. Aliás, para que existem vereadores? É uma boa pergunta e que não quer calar… Dentro da Norma Constitucional os vereadores devem elaborar leis e discutir projetos que “a posteriori” se transformam em leis, fiscalizar a administração, ajudar o Executivo na elaboração e implantação de políticas públicas, apreciar contas públicas e apurar infrações do prefeito e deles, naquilo que chamam de “interna corporis”.
O que se depreende de suas atuações é deprimente. Ficam à espreita, predadores de ideias, com suas apropriações indébitas da intelectualidade alheia. Ao constatarem que a onça (problema) foi abatida por iniciativa popular correm para (desculpem) urinar no couro, como naquele caso do caçador diante da onça abatida por outrem. Em paralelo, continuam com suas “Moções de Aplauso” para pessoas ou entidades que de alguma forma se destacaram na cidade. Projetos importantes para a cidade? Nada, nada… Com um município reconhecido pela população dinâmica e participativa é uma tristeza um parlamento tão inoperante. Não são muito diferentes de Vitória, Cariacica e Serra, onde a maioria dos vereadores, depois de quatro, oito, doze ou até 24 anos no cargo, querem buscar a reeleição nas eleições próximas, para continuarem fazendo o mais do mesmo, ou seja, coisa alguma e, claro, muito bem remunerados. Como destacamos, sempre e por óbvio, existem poucas, mas existem, honrosas exceções, nos parlamentos municipais da Região Metropolitana, onde se encontra o município de Vila Velha, berço da colonização do Espírito Santo.
Gilberto Clementino
Análise política