O ano de 2024 foi marcante para a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), que alcançou marcos históricos na conquista espacial e no desenvolvimento de novas tecnologias.
De missões tripuladas à Estação Espacial Internacional (ISS) até novos passos rumo à Lua e esforços para manter ativa a longeva Voyager 1, a agência permitiu que o mundo acompanhasse suas descobertas. Confira uma retrospectiva dos principais acontecimentos que definiram esse ano.
Presos no espaço: astronautas da Starliner
Em junho, dois astronautas da Nasa — Butch Wilmore e Suni Williams — foram enviados ao espaço no voo inaugural tripulado da Starliner, espaçonave da Boeing, para ficar sete dias na Estação Espacial Internacional (ISS), mas ainda não retornaram. O evento iniciou uma das maiores histórias envolvendo o espaço em 2024.
A viagem tinha como objetivo a realização de testes para que o veículo passasse a integrar o Programa Comercial de Tripulação da agência. No entanto, a nave apresentou contratempos com vazamentos de hélio e com os propulsores que pararam de funcionar abruptamente na etapa inicial de seu primeiro voo.
Em função disso, a Nasa tomou a decisão de deixar a dupla na ISS e resgatá-los com uma cápsula Crew Dragon da SpaceX, com previsão de deixar o espaço após março de 2025.
Neste tempo extra em que estão passando no laboratório espacial, os dois estão fazendo experimentos científicos, tarefas de manutenção e auxiliando nos preparativos para caminhadas espaciais.
No final de setembro, Suni Williams assumiu o comando da ISS.
Viagem do Crew-8, da SpaceX, à ISS
A Crew-8 foi lançada no dia 4 de março de 2024, e foi a oitava missão comercial entre a Nasa e a SpaceX para a ISS.
Foram enviados os astronautas norte-americanos Matt Dominick, Mike Barratt e Jeanette Epps, e o cosmonauta da Roscosmos Alexander Grebenkin.
Eles passaram 235 dias no espaço antes de retornar à Terra com um pouso na costa da Flórida a bordo de uma cápsula SpaceX Crew Dragon em 25 de outubro.
Seu objetivo era dar continuidade a pesquisas científicas sobre a exploração humana além da órbita baixa da Terra — buscando mais informações sobre saúde e biologia.
Avanços da missão Artemis
A Nasa anunciou em dezembro as datas previstas de pouso na Lua das missões Artemis II e III.
De acordo com a organização, o planejamento realizado até o momento sugere que as espaçonaves chegarão ao satélite natural em 26 de abril de 2025 e na metade de 2027, respectivamente.
A missão tem como meta não apenas levar os humanos de volta à Lua ainda nesta década, como também enviar as primeiras astronautas mulheres e afrodescendentes para o satélite.
A primeira fase do programa, sem astronautas, aconteceu em dezembro de 2023 — uma missão de teste que enviou a cápsula Orion da Nasa em uma viagem de 2,25 milhões de quilômetros para dar uma volta na Lua.
A Artemis II estava programada para ocorrer ainda em 2024, no entanto, em janeiro, a Nasa anunciou atrasos no cronograma da missão.
Primeiro pouso na Lua após 50 anos
Em fevereiro, os Estados Unidos realizaram seu primeiro pouso na lua em mais de 50 anos. A missão aconteceu com o módulo Odysseus, apelidado de “Odie”, sem tripulação.
A última alunissagem (chegada de uma espaçonave na superfície lunar) dos EUA ocorreu em 1972, com a missão Apollo 17. Naquela ocasião, a nave foi tripulada.
O objetivo de “Odie” é avaliar o ambiente lunar antes de uma possível missão tripulada à Lua pelo programa Artemis no final de 2026.
Apesar dos contratempos, que incluíram também falhas na comunicação do módulo com a Terra, as equipes de trabalho envolvidas no monitoramento anunciaram que a missão foi bem-sucedida.
Até o momento, somente China, Índia e Japão tinham feito pousos suaves na Lua neste século.
Sobrevivência da Voyager I
Lançadas com duas semanas de diferença em 1977, as sondas gêmeas Voyager mudaram a forma como vemos nosso Sistema Solar, enviando vistas incrivelmente detalhadas de Júpiter, Saturno, Netuno e Urano.
A Voyager 1, a 24,9 bilhões de quilômetros de distância, é o objeto feito pelo homem mais distante da Terra. Mais de 47 anos depois, ambas as espaçonaves ainda estão explorando o território desconhecido do espaço interestelar.
Dos 10 instrumentos científicos com os quais a Voyager 1 iniciou sua jornada, quatro estão atualmente coletando dados sobre seu ambiente cósmico, e a cada ano, a espaçonave perde mais de seu precioso fornecimento de energia.
Ela sofreu um apagão de várias semanas causado por sua fonte de energia em declínio — problema que começou em outubro, mas foi solucionado com a criatividade da equipe que cuida da ferramenta.
Nasa aponta melhores fotos da Estação Espacial Internacional em 2024
Fonte: CNN Brasil