Há tempos o ecossistema do varejo e da venda eletrônica mantem uma pulga atrás da orelha, por conta da controvérsia acerca do verdadeiro sentido histórico do Black Friday. Nesse ano o Boticário comunicou que deixaria de participar do evento por conta das fortes evidências que não desconfirmam que o movimento de promoção comercial está assentado sobre um acontecimento histórico ligado a escravidão de negros americanos. A sexta feira preta, em tradução livre, seria o dia da compra e venda de escravos negros com descontos. A versão prevalecente aponta que trata de uma tradição comercial de descontos, pós dia de ação de graças, antecedendo as vendas e compras natalinas.
Apesar da controvérsia, a dúvida que sempre pairou no ar ganhou tração, nos tempos de George Floyd e, pelo sim pelo não, muitos estabelecimentos, no Brasil e no mundo tem seguido o caminho do Boticário, entendendo que, agindo assim, evitariam associarem-se a uma atitude discutível do ponto de vista de combate as práticas racistas. Estariam assim praticando uma meritória atitude antirracista.
Se assim o é, que tal se construíssemos de maneira genuína, um dia, um período, de celebração do consumo que destacasse o valor do pertencimento e contribuição dos negros para o progresso e grandeza da sociedade e país, e a realizássemos numa data de extraordinária simbologia e significado histórico?
Mais: que, além do ato de compra, permitisse o acesso a informações e interações de fortalecimento da consciência da importância e valor dessa data, e, por fim, garantisse que parte do resultado da compra contribuiria de forma solidária para colaborar na diminuição dos diferentes desafios que esse tema enfrenta.
Foi justamente esse o raciocínio que estimulou a CCP – Cyrela Commercial Properties e o Instituto CCP, que toca as ações de responsabilidade social do grupo, a Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, que reúne empresas voltadas para causa racial e a Universidade Zumbi dos Palmares, instituição de ensino superior pioneira na inclusão de negros no ensino superior, no mercado de trabalho e no empoderamento social.
Enfim, uma compra com causa onde os recursos auferidos serão recolhidos no Fundo Vidas Negras, que se encarregará de implementar medidas e ações para ajudar na inclusão, permanência, ampliação, qualificação e empoderamento de jovens negros no novo normal da educação, mercado de trabalho, economia digital e tecnológica, economia criativa, e principalmente meios para sobrevivência na realidade pandêmica do coronavírus.
Pronto nasceu a AFROWEEK, uma “Black Friday” genuinamente brasileira e com uma causa pra lá de nobre. A partir do dia 1º de Novembro, em comemoração ao mês, semana e dia da Consciência Negra, em que se lembra o aniversário da morte – 20 de novembro – do Líder Negro da resistência escravocrata e Herói Nacional Zumbi dos Palmares, entra em teste na rede de Shoppings do grupo CCP – Shopping D, Plaza Sul, Cidade São Paulo, Tiete Plaza, Gran Plaza, Metropolitano, no Rio e Cerrado em Goiás -. Uma gincana nobre e virtuosa e com muitos motivos para se orgulhar.