Em um estudo publicado no periódico científico Cell, pesquisadores afirmam ter descoberto como funciona o paladar dos polvos. Segundo os especialistas, os tentáculos são importantes tanto para o toque e o tato quanto para a alimentação do animal.
Ao longo da pesquisa, os biólogos estudaram duas fêmeas de polvos-da-Califórnia, alimentando-as com pequeno caranguejos por meio de um furo no tanque. Os cientistas perceberam que, na hora de tocar alguns objetos, os polvos agarravam-nos e logo soltavam. Já quando tocavam um caranguejo, eles enrolavam o tentáculo em volta do animal e o puxavam para perto.
Posteriormente, os pesquisadores extraíram alguns montes de células das ventosas presentes nos tentáculos dos animais e realizaram experimentos para verificar como as proteínas que as compõem reagiriam à presença de células de caranguejo. O resultado: as proteínas responderam aos estímulos exatamente como uma célula sensorial responderia. Conclui-se, dessa forma, que as células das ventosas têm capacidade sensorial, de sentir gosto.
Contudo, as células dos polvos não responderam a algumas moléculas testadas pelos cientistas, as quais seriam detectadas por seres humanos. Agora, a ideia é expandir o estudo e testar não só novas substâncias, como investigar se outros cefalópodes (classe de seres vivos que inclui lulas e os náutilos) possuem a mesma habilidade de sentir gosto por meio dos tentáculos.