O Ministério Público do Espírito Santo e as empresas Vale, Arcellor Mital e Samarco vão receber nesta semana o relatório da CPI do Pó Preto da Assembleia Legislativa. O relatório aponta as empresas como as principais responsáveis pela poluição no ar da Grande Vitória. Elas se comprometeram a investir R$ 300 milhões no controle da emissão do pó de minério.
Os relatórios serão analisados pelo Ministério Público, que espera o resultado de um estudo feito pela Universidade Federal do Espírito Santo sobre a emissão de pó preto no estado. Entretanto, mesmo sem os relatórios, as empresas poluidoras se comprometeram a investir R$ 300 milhões para reduzir a emissão das partículas.
“Eu acredito que se esses estudos avançarem, se nós tivermos um ambiente favorável, com o poder público apoiando, as empresas cumprindo seu papel e o Ministério Público continuando nessa interlocução eu acredito que em três ou quatro anos nos teremos uma situação melhor”, afirmou o promotor Marcelo Lemos.
O Ministério Público também trabalha para colocar em prática o Decreto Estadual nº 3463-R/2013, que estabelece metas para a qualidade do ar, com base em critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo Lemos, é difícil dizer se em algum momento o estado ficará livre do pó, mas que é preciso existir equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o cuidado com o meio ambiente.
“Nós temos a responsabilidade com a economia do estado, com os empregos, com a cultura e com o meio ambiente. Isso se chama sustentabilidade, e para isso nos temos que ter um equilíbrio”, disse.
Enquanto as medidas de contenção da poluição não são tomadas, a população da Grande Vitória continua a sofrer com o minério de ferro. Nos bairros mais próximos às empresas em questão, a situação se agrava, e as pessoas sofrem com alergias e outras doenças respiratórias provocadas pelo excesso do pó, além do aumento dos gastos com material de limpeza para amenizar os problemas.
Do outro lado, as empresas se defendem: A Vale disse que espera receber o relatório para analisar. A Arcelor Mittal disse que desde o ano passado está investindo o equivalente a R$ 400 milhões em projetos para reduzir a emissão de pó. A Samarco também disse que entre 2010 e 2014 investiu mais de R$ 350 milhões para reduzir os impactos da sua operação.