Todos os veículos de comunicação informam a calamidade ocorrida e com consequências trágicas na cidade de Mariana, em Minas Gerais. Como sempre, uma tragédia anunciada. O rompimento das barragens de rejeitos de minério da mineradora Samarco de Fundão e Santarém, no distrito de Bento Rodrigues, em apenas 15 horas, produziu enorme devastação e desespero.
Mas, o que significa barragens de rejeitos? Naquele relevo foram feitas estruturas com a finalidade de reter os resíduos sólidos e água dos processos de beneficiamento de minério. Ou seja, as operações buscam modificar a granulometria (especificação dos diâmetros do material que compõe o solo ou os depósitos sedimentares), sem que se verifique modificação nas identidades química e física, para viabilidade de exploração econômica.
O volume de rejeitos é assustador. Diretores da empresa responsável pelas barragens (Samarco) teriam informado que a quantidade é suficiente para encher 24,8 mil piscinas olímpicas.
Sobre os rejeitos os especialistas defendem que, obrigatoriamente, deve existir uma área reservada para os depósitos de materiais grossos e os rejeitos mais finos que vão para as barragens de rejeito, cuja finalidade é reter os solos e evitar que estes caiam nos efluentes. Ou seja, a finalidade é reter, imaginando que não haverá rompimento e tudo estará operando conforme protocolos oficiais firmados. Entretanto, mesmo observando todas as cautelas, problemas de contaminação de solos e rios por metais como o ferro são frequentes e acabam acarretando problemas para o meio ambiente e são de grande risco para a saúde humana.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Ibama, Minas Gerais, informou que “ainda é cedo para estimar o impacto ambiental do desastre na região, pois até o momento não se tem o conhecimento preciso da composição química do rejeito”.
Diante das constatações, o advogado Jorge Béja, escreveu sobre o rompimento das barragens de rejeitos, enxurrada de lama, deslizamentos, estragos e desespero das pessoas: “tragédia de Mariana: indenização ampla, geral, irrestrita e imediata. As vítimas não podem esperar”.
Gilberto Clementino
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Crédito foto: Jornal Correio do Povo/RS – Bombeiros / Divulgação CP