Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles gostam. (Platão)

Gil 2

Os dias passam e as eleições municipais se aproximam. Partidos políticos, trinta e cinco ao todo com registro no Tribunal Superior Eleitoral, em descrédito diante de eleitores desencantados e revoltados com tantas denúncias de corrupção na República. São delações premiadas, acordos de leniência, mandados de busca e apreensão, conduções coercitivas, mandados de prisão, condenações e mais condenações. Recuperação de dinheiro surrupiado dos cofres públicos? Pouca, quase nada, mas a luta continua. Em clima de turbulência nacional onde a presidente Dilma Rousseff (PT|) corre risco de impeachment, pelo Congresso Nacional ou de cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral de chapa em que concorreu nas eleições presidenciais com o vice Michel Temer (PMDB), os eleitores serão chamados às urnas eleitorais. Tudo acrescido do envolvimento dos presidentes do Senado e Câmara dos Deputados em atos criminosos apurados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Ministério Público e juiz federal Sérgio Moro. Sem dúvida um clima terrível, mas que utilizaremos, todos, para consolidar as instituições democráticas. Sem dúvida, testes difíceis, remédios amargos, mas urgentes e necessários, para varrer a corrupção, resgatando credibilidade e confiança, interna e externa, no futuro do país.

Dentro desse quadro estranho onde muito cenário pode ser traçado, a empresa de pesquisa Futura, com seu importante banco de dados estratégicos, colocou seus pesquisadores em campo para diagnóstico da situação eleitoral no município de Vila Velha, no estado do Espírito Santo. Os números, gráficos e tabelas apresentados sem dúvida são importantes. Os percentuais demonstram que as coisas não estão nada claras e que muitos “arranjos” ficarão para o apito final. Os eleitores estão diante de um quadro nebuloso, que não aponta para cenário confiável, mesmo diante de prazos eleitorais apertados. Todos sabem que as eleições desse ano são atípicas e “batem à porta”. Com partidos políticos inorgânicos e sem formação de quadros para oxigenação política, as antigas lideranças conhecidas, aparecem nas menções estimuladas e nas espontâneas, onde o entrevistado fala de modo em que não precisa ser motivado pelo entrevistador, apontando esse ou aquele pré-candidato.

Portanto, os dados mais importantes coletados pelos entrevistadores da Futura apresentaram nas intenções estimuladas, para Avaliação de Gestão, o ex-prefeito Neucimar Fraga (PSD) com 23,5%. Max Filho (PSDB) 20,5%, deputado estadual Hércules da Silveira (PMDB) 16,5% e o atual prefeito Rodney Miranda (DEM) 10,3%, Rafael Favatto (PEN) 5,3%, Junior Bola (PSB) 1,8%, vereador Osvaldo Maturano (SDD) 1,3% e deputado Hudson Leal (PTN) 0,5%.

De outro modo, a Futura também fez perguntas para respostas espontâneas: Neucimar Fraga (PSD) 10,8%, Max Filho (PSDB) 6,3%, Rodney Miranda (DEM) 5,8%, deputado Hércules 2,8%, Rafael Favatto e Vasco Alves 0,3% cada. Destaque-se aqui, uma curiosidade sobre o ex-prefeito Vasco Alves não incluído na estimulada, mas citado na espontânea. Logo, nesse cenário de “vaca não conhecer o bezerro”, tudo pode acontecer ou não acontecer nada, com a inclusão de nomes e desistências de última hora, podendo a primeira hipótese – tudo pode acontecer – ser mais factível. Não é sem razão que a Futura, mantém o limite da margem de erro de 4,9% para mais ou para menos.

Gilberto Clementino
Análise política

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