Linguagem de teatro, expressividade, autoconfiança e trabalho em equipe são habilidades úteis em várias carreiras
Para estudantes do Ensino Fundamental e Médio, participar do Festival de Cenas Teatrais (Fescete) de Santos – que acontece entre 13 e 28 de junho – é a oportunidade de dar os primeiros passos na vida artística como atores, diretores, dramaturgos, cenógrafos e outras funções. Mas é também uma forma de desenvolver habilidades socioemocionais essenciais para a vida adulta.
“Atuar em um festival como o Fescete garante ao aluno uma experiência com a linguagem do teatro trabalhando a sua expressão individual, corpo e voz. Mas, principalmente, a autoconfiança de falar em público e jogar junto com os colegas de cena”, disse Marco França, professor de português e redação do Colégio Progresso Bilíngue Santos e responsável pela cena teatral da escola.
No Fescete, os alunos vão participar de encenações teatrais e concurso de poesia. Os estudantes do Ensino Médio do Colégio Progresso vão atuar em um trecho da peça “A cantora careca”, de Eugene Ionesco. A cena será dirigida por Marco. No concurso de declamação de poesia, o Progresso também terá uma aluna representante. “Ela ganhou no ano passado e está concorrendo novamente este ano”, disse o professor.
Já os alunos da Escola Lumiar Santos farão uma releitura da peça “A bruxinha que era boa”, de Maria Clara Machado. “A proposta dos alunos é questionar por que uma bruxinha tem que ser má”, detalha o tutor e responsável pela área teatral da Lumiar Santos Jocemar Alves.
Participando pela primeira vez do concurso de poesia do Fescete, a escola conseguiu indicar dois alunos para a final, mas em categorias diferentes. “Os professores estão muito felizes com o progresso dos alunos”, detalha Jocemar.
Além de companhias teatrais de todo o Brasil, o Fescete abre espaço para a apresentação de escolas. Na edição deste ano, o Fescete deve receber cerca de 300 alunos nas categorias estudantis do festival.
Aprendizado e oportunidades
Do ponto de vista pedagógico, o teatro é uma forma lúdica de incentivar a expressividade, acrescenta Marco. “Mesmo o estudante ou aquele iniciante, jovem, criança, adulto, que não queira seguir a carreira artística, ele vai levar as habilidades que o teatro nos dá para a carreira e o ambiente que ele escolher.”
Pela importância nacional que o Fescete ganhou ao longo dos anos, Jocemar destaca que o festival é um ponto de partida para a carreira artística. “Além de toda a parte cultural, o entendimento estético e histórico do contexto artístico, há também o espaço da profissionalização. Muitos estudantes, artistas e técnicos começaram a sua carreira no Fescete. Hoje eles são excelentes iluminadores, sonoplastas, maquiadores, atores, diretores e cenógrafos.”