O navio hidroceanográfico “Vital de Oliveira” da Marinha do Brasil chegou nesta quinta-feira (26) em Regência, no litoral de Linhares, Norte do Espírito Santo. A embarcação será importante paramensurar os impactos da lama na foz do Doce e litoral capixaba e nela estão técnicos do InstitutoEstadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e pesquisadores de universidades.
Durante o dia foram realizadas demonstrações das potencialidades do navio, que é a mais modernaembarcação de pesquisa da Marinha do Brasil e se destaca pelo grande número de equipamentoscientíficos a bordo.
Foram definidas também a malha amostral do monitoramento que será feito por meio dosequipamentos do navio. Serão onze pontos distribuídos na foz do Rio Doce, de forma radial com umponto centralizado. Além disso será também será feito monitoramento em linha reta mar adentro, daboca da foz até a queda da plataforma continental.
A presença do Navio da Marinha em território capixaba foi um pleito do governador Paulo Hartungjunto ao Governo Federal. O NPqHo “Vital de Oliveira” estava realizando sua primeira missão em Fernando de Noronha e foi deslocado para o Espírito Santo. A embarcação retorna no dia 30 denovembro, pois pode ser que algumas análises tenham que ser feitas em terra. No dia 02 dedezembro, ele retorna para Regência.
O Navio de Pesquisa Hidroceanográfico (NPqHO) ‘Vital de Oliveira’ é a mais moderna embarcação depesquisa da Marinha do Brasil e se destaca pelo grande número de equipamentos científicos a bordo. O propósito é servir como Plataforma Marítima, Laboratório Oceânico e Laboratório Multiuso, sendoempregado prioritariamente em prol do monitoramento e caracterização física, química, biológica,geológica e ambiental de áreas oceânicas estratégicas. Há 30 equipamentos de ponta na embarcação,entre eles o CTD Rossette para coleta de na água de diferentes camadas e sonares com diversasfrequências.
Sobrevoo
No sobrevoo realizado por técnicos do Iema nesta quinta-feira (26) foi identificado que a chamada‘onda de lama’ deslocou-se aproximadamente 10 quilômetros ao sul, 6 quilômetros ao leste e 22quilômetros ao norte da foz do Rio Doce. Cabe ressaltar que o deslocamento desta lama recebeinfluencia do comportamento das ondas e da direção do vento.
Recursos Hídricos
Foi realizada, também nesta quinta-feira (26), uma reunião do Conselho Estadual de Recursos Hídricos(CERH), instância do Sistema Estadual de Meio Ambiente. O encontro, além dos membros docolegiado como irrigantes, sociedade civil organizada, empresas e companhias de abastecimento,contou com a presença também de representantes dos Comitês de Bacia do Rio Doce, dos Pontões eLagoas, do Barra Seca e da Foz do Rio Doce, do Santa Maria da Vitória e do Guandu, todos da porçãocapixaba do Doce. Também estava presente o procurador da Prefeitura de Colatina, Leonardo Souza,assim como o presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH), Paulo Paim.
A ideia era esclarecer a todos sobre as ações que estão sendo tomadas pelo Iema e a AGERH emfunção da presença da lama de rejeitos da Samarco no Rio Doce e em sua foz, assim como asatividades que vêm sendo feitas pela Samarco e acompanhadas pelo Governo do Estado.
Na ocasião, o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rodrigo Júdice, que preside o CERH, destacou a importância da criação de um fundo por meio de negociações com o governoFederal e os estados de Minas Gerais e Espírito Santo com o intuito de mitigar os danos causados afoz e para a sua recuperação.
“O Comitê do Doce já recebe recursos da Cobrança pelo Uso da Água para serem aplicados em prolde ações na bacia, como tratamento de esgoto, reflorestamento e desassoreamento. Nósreconhecemos o Plano de Recursos Hídricos do Doce já em andamento. O Estado também contribuicom o Programa Reflorestar e a ANA com o Produtores de Água, assim como ONGs por meio doInstituto Terra com o Projeto Olhos D’Água. O que temos que pensar é como será a inclusão dessesatores no processo de recuperação da foz. Há um interesse coletivo, mas precisamos nos organizar etemos elementos legais para isso”, afirmou.
Fonte: SECOM