Projeto de Salgado para salvar o Rio Doce

 

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O projeto para recuperação de 377 mil nascentes da bacia do rio Doce tem estimativa preliminar de custo que atinge R$ 5 bilhões

O rompimento das barragens de rejeitos de minério da mineradora Samarco de Fundão e Santarém, no distrito de Bento Rodrigues, produziu devastação e desespero. A calamidade ocorrida em Mariana, Minas Gerais, com consequências trágicas para a Bacia Hidrográfica do rio Doce, população e nas cidades de dois Estados, sempre foi uma tragédia anunciada. Em matéria do jornal O Globo, a jornalista Míriam Leitão, publicou em sua coluna que existem mais de 700 barreiras de rejeitos em Minas Gerais, que acumulam 27 bilhões de toneladas de rejeitos, conforme informações oficiais do procurador federal Adércio Leite Sampaio. Ou seja, o perigo nos espreita.

Após o desastre de Mariana não existe como ocultar o perigo ou postergar ações. É preciso agir e agir imediatamente. O interesse econômico não pode se sobrepor ao dano humano e ambiental, sem precedentes na história. Cuidar das nascentes do rio Doce em Minas Gerais, nas serras da Mantiqueira e do Espinhaço, do percurso de suas águas por 853 km até Regência, no Espírito Santo, é uma obrigação fundamental, desde sempre.

Enfim, temos que aprender e pagar pela omissão de anos e ganância por lucros em detrimento das pessoas e do meio ambiente. É o que surge nas palavras do fotógrafo Sebastião Salgado, que nasceu em Aimorés, uma das cidades atingidas pela catástrofe de rompimento da barreira de rejeitos de Mariana.

O projeto vem do Instituto Terra, uma Organização Não Governamental mantida pelo renomado fotógrafo objetiva a recuperação de 377 mil nascentes da bacia do rio Doce com uma estimativa preliminar de custo que atinge R$ 5 bilhões. Ele explica: “Da recuperação de nascentes, já temos o projeto feito. Já temos, inclusive, a aprovação do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Só não tivemos os recursos porque houve restrição orçamentária. O projeto está pronto para começar”.

Tendo em vista a conclusão legal (legislação ambiental) e fática sobre responsabilidade pelos danos ambientais e humanos a Vale e a BHP (empresas mineradoras) devem pagar a conta pela indenização às vítimas e recuperação da bacia do rio Doce. Em entrevista o fotógrafo traçou uma comparação com a tragédia ambiental da British Petróleo (no Golfo do México, em 2010) ficou em R$ 80 bilhões: “Outros cálculos devem ser feitos, mas ela tem que ser no mínimo do calibre da indenização da British Petróleo”. O desastre que atingiu Minas Gerais e Espírito Santo é o maior desastre ecológico do Brasil”.

Gilberto Clementino

Análise política

Crédito imagem: internet

 

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