União Europeia precisa investir R$ 3 trilhões para migrar para ‘energia limpa’

Turbinas nas proximidade de Halle, Alemanha

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Para aumentar a produção de energia eólica e solar e se livrar da dependência do gás natural da Rússia, a União Europeia precisará investir € 584 bilhões, o equivalente a quase R$ 3 trilhões, até 2030 em ações para modernizar a rede de energia dos 27 países membros. O número consta de um documento preliminar da UE, obtido pela Agência Reuters, que será divulgado nesta semana pelo bloco.

No documento, consta um plano para “digitalizar” o sistema de energia da Europa, além de estabelecer novas medidas de emergência para tentar conter os preços altíssimos do gás e ajudar as empresas de energia. Ao mesmo tempo em que o plano busca independência do combustível russo também foca em ‘energias limpas’.

Desse total, cerca de € 400 bilhões seriam direcionados à rede de distribuição e cerca de € 170 bilhões para a modernização do sistema, incluindo as chamadas “redes inteligentes”, que respondem rapidamente às flutuações locais de oferta e demanda, ajudando a desperdiçar menos energia e se beneficiar de períodos mais baratos.

“Reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 55% e alcançar uma parcela de 45% de energias renováveis ​​em 2030 só pode acontecer se o sistema de energia estiver pronto para isso”, afirma o documento divulgado pela Reuters, referindo-se às metas climáticas da União Europeia.

Para atingir as metas ambientais e abandonar os combustíveis fósseis russos, a União Europeia precisará, ainda, de 30 milhões de veículos com emissão zero nas estradas até 2030, além de painéis solares em todas as novas casas até 2029, segundo o documento preliminar.

Depois do colapso no fornecimento de gás pela Rússia, que, em razão das sanções pela invasão da Ucrânia, diminuiu o fornecimento do produto e, em setembro, suspendeu o fluxo por tempo indeterminado, muitos países já anunciaram a interrupção dos planos de desligar usinas nucleares e se voltaram para os combustíveis fósseis e poluentes. A intenção é ter energia suficiente para o inverno, quando a demanda aumenta consideravelmente para o aquecimento de casas, escolas, hospitais e estabelecimentos comerciais e industriais.

Em um ano, desde setembro do ano passado, os países membros da União Europeia gastaram € 450 bilhões — o equivalente a R$ 2,2 trilhões — em medidas para enfrentar a crise energética.

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