Black Friday deve consolidar alta do e-commerce e ocaso do varejo físico

Varejistas de lojas físicas estão preocupadíssimos com a aproximação da Black Friday, em 27 de novembro. Eles estão tentando se preparar para o evento, mas enfrentam a falta de estoque, a falta de dinheiro e a dificuldade para colocar promoções na rua num momento em que mal conseguem se sustentar. Três varejistas de lojas de médio porte falaram ao Radar Econômico que nem estão conseguindo pensar muito na data, uma das três principais do varejo, porque estão brigando com shoppings para reduzir o período de abertura das lojas: “as vendas não pagam a abertura de 12 horas”.

Por outro lado, as empresas baseadas no varejo online, o e-commerce, estão surfando na crista da onda. Grandes companhias que operam neste segmento viram suas vendas duplicarem, ou até mais do que isso, durante a pandemia. Formaram caixa, estoques, e prometem fazer a maior Black Friday da história. “Previmos uma alta de 20% em relação ao ano anterior”, disse o executivo de uma das líderes do setor.

O problema é que o e-commerce não representava 10% de todas as vendas da Black Friday até o ano passado, segundo Pedro Eugênio, um dos empreendedores que trouxeram o evento para o Brasil há mais de uma década. “Estamos falando diariamente com os lojistas, e realmente há um problema para o canal físico”, diz ele. “Algo normal numa Black Friday são aquelas aglomerações, com consumidores agarrando seus produtos. Nenhum empresário, em sã consciência, quer isso para sua loja neste momento de pandemia.”

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