Na quarta-feira, Bolsonaro humilhou publicamente o ministro da Saúde, o general de três estrelas da ativa Eduardo Pazuello. O ministro ficou magoado, mas não deu declaração pública. Os ministros militares assistiram calados ao episódio.
No dia seguinte, Pazuello recebeu Bolsonaro e avisou ao distinto público que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Após obedecer, informou que “a gente tem um carinho”.
Na mesma quinta-feira, o ministro Ricardo Salles chamou publicamente o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos — general de quatro estrelas, na ativa até julho passado — de “banana de pijama” e “maria fofoca”. Ramos chiou, mas não deu declaração pública. Os ministros militares permaneceram calados, e a única pessoa no governo que apoiou Ramos foi Hamilton Mourão — que é indemissível. Jair Bolsonaro tampouco se pronunciou.
No sábado, Salles, sem pedir desculpas, declarou que considerava o assunto “encerrado”.
No domingo, Ramos, que em nenhum momento recebeu qualquer sinal de apoio de Bolsonaro, aceitou um convite do presidente para uma passeggiata de moto, sinalizando que deixaria os insultos de Salles por isso mesmo.
Só então Salles fez um — sucinto e protocolar — pedido de desculpas. Ramos imediatamente aceitou o pedido e declarou que “eu e @rsallesmma prosseguimos juntos em nome do nosso presidente @jairbolsonaro e em prol do Brasil”.
Quem quiser acreditar que a ala militar está vencendo a disputa com a ala ideológica, é livre para fazê-lo.