Tão logo tomou posse como governadora de Santa Catarina, na terça-feira, Daniela Reinehr foi questionada sobre o pai, entusiasta do nazismo. Ela titubeou. E levaram 48 longas horas para se manifestar, por meio de nota, finalmente se colocando contra o regime que matou seis milhões de judeus na Segunda Guerra.
A demora não passou despercebida do embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley. “Não posso deixar de me posicionar frente aos últimos acontecimentos que envolveram a recém-empossada governadora, especialmente diante da relevância e responsabilidade do cargo público que a mesma exerce neste país. Estou satisfeito com sua resposta, mas espero que sua retratação mediante a pressão justa da comunidade judaica seja, daqui para a frente, mantida como um compromisso com a verdade histórica”, registou numa carta aberta divulgada hoje.
“Negar o Holocausto é um desrespeito não só ao povo judeu, mas a todas as demais vítimas deste regime. O silêncio nunca será um conforto para as vítimas e tampouco condenação para os nazistas. Holocausto nunca mais!”, enfatizou o embaixador que está no país desde 2017.
Shelley observa uma mudança positiva nas relações diplomáticas entre os dois países e citou como exemplo o fato de que o governo brasileiro manifestou interesse em fazer parte da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA), uma “importante organização governamental internacional que une governos e especialistas de 34 países comprometidos com a promoção e fortalecimento da educação, pesquisa e memória do Holocausto em todo o mundo”.