Para não divergir ou concordar com o pai, governadora se cala

Alguém precisa ensinar a muita digna senhora governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, que ao assumir cargo de tamanha relevância, a pessoa não pode mais ater-se a querelas familiares, sendo obrigada a manifestar suas opiniões sobre temas de interesse público. Ainda mais se perguntada a respeito.

Era previsível que se desejasse saber se ela concorda com as ideias neonazistas e negacionistas sobre o Holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial defendidas por seu pai, Altair Reinehr, professor de história. Ele já posou até para fotografias em frente à casa onde nasceu Adolf Hitler, em Braunau am Inn, na Áustria.

O que respondeu Daniela, a vice que substituiu o governador Carlos Moisés (PSL) afastado temporariamente do cargo enquanto seu processo de impeachment é julgado? Respondeu assim:

– Existe uma relação e uma convicção que move a mim, e acredito que a todos os senhores, que se chama família. Me cabe, como filha, manter a relação familiar em harmonia, independente das diferenças de pensamento, das defesas [de ideias].

Diante da repetição da pergunta, argumentou:

– Eu respeito, volto a dizer, as pessoas independentemente dos seus pensamentos, respeito os direitos individuais e as liberdades. Qualquer regime que vá contra o que eu acredito, eu repudio.

Não especificou quais direitos e liberdades que defende nem qual regime repudia. Pegou mal, tanto mais porque Daniela é uma bolsonarista de raiz. E até onde se sabe, o presidente é um admirador de Israel e do seu povo.

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