As eleições ainda estão longe, mas de olho nas prefeituras pré-candidatos começam a se movimentar em 5.564 municípios pelo país e não poderia ser diferente nos 78 do Espírito Santo. Como numa corrida de cavalos “preparam os cascos”.
Tudo indica que a briga vai ser feia, o que se espera pelo menos na Grande Vitória e, particularmente, na capital e em Vila Velha. As disputas, de acordo com avaliações serão acirradas e os “golpes abaixo da cintura”, esperados, são resultado de um país que não forma gerações para obter a qualificação do voto.
Para aferir a opinião pública um dos institutos de pesquisa capixaba, o Futura, foi a campo e seus entrevistadores coletaram informações muito interessantes. Em Vila Velha, por exemplo, os resultados apontam o deputado federal Max Filho (PSDB) com 25,8% e o deputado estadual Amaro Neto (PPS) com 25,3%. O primeiro administrou a cidade por duas ocasiões, eleito e reeleito. O resultado demonstra que tem positiva lembrança de gestão, além de ser da terra, autêntico canela-verde.
Em outra pergunta, sem mencionar nome, ou seja, com menção espontânea, quando o entrevistador perguntou em quem votaria para prefeito, Max Filho voltou a surpreender e teve 9,3%. Neucimar Fraga, 8%, Amaro Neto 4,8%, Rodney Miranda 2,5% e deputado estadual Hércules da Silveira 2, 3%. O deputado estadual Amaro Neto, com avalanche de votos nas últimas eleições, apresentador de televisão, nasceu em Vitória, e não tem experiência em administração municipal, procurando, ainda, corresponder aos anseios da população no legislativo.
Alguns analistas e cientistas políticos traçam comparação com o atual administrador, que eleito para a Assembleia Legislativa, também, com grande votação, tentou e conseguiu ser eleito para prefeito, mas a falta de experiência e resultados administrativos fracos, diante de queda de arrecadação, culminaram com gestão em avaliação desastrosa e a menor aprovação na Grande Vitória, com o índice de 16,3% de bom ou ótimo.
Num dos cenários, não muito longe, se encontra o ex-prefeito Neucimar Fraga (PSD) com 18% e, finalmente, o prefeito atual Rodney Miranda. Claro que, são nomes colocados para uma pesquisa em que aparecem nomes estimulados e com menção espontânea, mas se referem, sempre, àqueles que estão ou estiveram na mídia e, ainda, administram ou administraram a cidade, lembrados, por consequência, na memória do eleitor.
É o caso, por exemplo, da ex-senadora Ana Rita (PT) que aparece com minguados 1%, o que podemos creditar ao malogro da política fiscal do governo federal e as promessas não cumpridas que levaram o PT para o cadafalso. Os registros resultam de pesquisas realizadas em maio. Portanto, muita “água vai passar sob a ponte”, ainda.
No decurso dos meses outras pesquisas virão e obrigarão o eleitor, a sair da zona de conforto e iniciar a decisão de seu voto. Ainda sobre a pesquisa um dado chama muito à atenção, em função do esforço do governador Paulo Hartung (PMDB), que deposita fichas (apoio) na gestão da atual administração em Vila Velha: Rodney Miranda, em espontânea, amarga uma rejeição de 38,8%.
Noutro campo e, em outra pesquisa, o mesmo instituto concluiu que muitos prefeitos estão enfrentando cenários desfavoráveis e amargam índices de desaprovação assustadores. Portanto, diante de dificuldades na economia brasileira e sem dinheiro para investimentos, até para “ajustar os cascos” e partir para a “largada” vai ficar complicado. Em tempos pretéritos a ilusão se construía com marqueteiros e dinheiro farto ferindo a responsabilidade fiscal. Com a crise, a eficiência, o zelo com as contas, a ética, o interesse público, a transparência, o histórico dos candidatos, ganham a preferência do eleitor, que calejado pela recente eleição presidencial não quer cair em armadilhas.
Vamos esperar.
Gilberto Clementino dos Santos
Análise Política