Tenho espírito justiceiro e entendo que o amor deve seguir estes graus de preferência: Deus, humanidade, pátria, família e indivíduo. (D. Pedro II)
Não existe a menor dúvida. Estamos diante de uma tragicomédia e vazio de lideranças, com causas deliberadamente provocadas. A constatação é unânime, quando feita por aqueles que detêm envergadura moral e responsabilidade patriótica. Existe um imenso vazio de lideranças políticas no país. Apesar do avanço da tecnologia, da inovação e da ciência, diante de um mundo globalizado, no campo da participação político partidária não houve renovação no Brasil. Evidentemente, casos isolados sempre existirão, por óbvio, entretanto, a estratégia de destruição da possibilidade de oxigenação política, dentro de uma pluralidade social e ideológica, escapou, deliberadamente. Em tempos passados, em algum lugar, reuniões de pessoas aconteciam e se discutiam a política em suas mais variadas formas de manifestação. Tudo ou quase tudo está comprometido ou se comprometeu, se contaminou, afastando principalmente os jovens, anulando partes da história, substituindo os heróis por “heróis” forjados, à procura de símbolos para o nada, para o incerto, para o vazio, para o especulativo, num ambiente político putrefato.
O que aconteceu? Por que os “petistas de carteirinha” batem no peito e dizem não existir lideranças na oposição? E indagam se contrapondo ao “ronco das ruas”: em quem você votaria para presidente da República? Num exercício hipotético, rápido, não é difícil que a resposta seja “não sei”. Certamente, não sabe mesmo. Tudo, como raciocínio especulativo, se transfere para estados e municípios. É o que tem acontecido no país desde o início da República. O que o “Partido dos Trabalhadores” faz é o mais do mesmo perpetrado por outros partidos que estabeleceram o engodo e a farsa como métodos para alcançar o poder ao longo dessas décadas. Para piorar hoje temos em torno de 35 partidos políticos registrados oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral. E dentro desse palco teatral várias cenas protagonizadas por canastrões são levadas ao tablado e apresentadas ao público, perversas, trapaceiras, burlando fatos reais e disseminando mentiras, trocando heróis por embustes, de modo astucioso e grotesco, mas que segue enganando os incautos. São as tragicomédias.
Logo, em uma de suas versões a mentira, travestida, aparece: “Pátria Educadora”. Mas, onde isso ocorre? De que modo? Como educar, escolarizar, mentindo e omitindo partes da história? A farsa será sempre a versa. Esconder de gerações a verdadeira história nacional representa um obstáculo à inspiração direcionada para autênticos valores. Não falar sobre alicerces sólidos que conseguiram a união nacional com o Brasil mantendo sua dimensão continental, unido, falando um só idioma, o português, enquanto todos os países limítrofes falam língua diversa, um grande pecado. Tudo perpetrado por uma República que nasceu doente, trôpega, sedenta pelo poder, ignorando todas as conquistas, apagando o legado da Monarquia, especialmente de D. Pedro II o Imperador do Brasil por quase 50 anos. Um reinado de fundamental importância para se entender o país, construído dentro de inúmeras dificuldades, começando do zero e se tornando uma das grandes nações até 1889. De lá pra cá, apenas bagunça, soberba, trapalhadas, esquisitices, bizarrices. Não tem como surgir lideranças num país que aplaude e defende falsos líderes, que aplaude e protege criminosos, que inverte valores morais e agride a célula mãe da sociedade, que não promove saúde plena para todos e, fundamentalmente, que não opta pela verdadeira formação educacional, como política de Estado, em todos os níveis. É triste, mas, para quem não sabe para onde ir, qualquer “caminho” serve.
Gilberto Clementino
Análise política