Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos. (Winston Churchill)
Protestos, principalmente, contra a “presidenta” Dilma, Lula e o Partido dos Trabalhadores. Foi assim em todo o país e não poderia ser diferente por aqui. Mais uma vez o Espírito Santo mostrou na tarde de domingo (13), que seus eleitores estão atentos aos destinos do país. Numa surpreendente presença popular, a quantidade de participantes surpreendeu aos organizadores. Fala-se de algo em torno de 110 a 150 mil pessoas na Praça do Papa, local de encontro tradicional onde se reúnem os manifestantes da Região Metropolitana de Vitória, capital do Espírito Santo. O mais importante: festa da democracia, nenhum incidente, nada de agressões, um movimento cívico, que contou com crianças, jovens, adultos e idosos, todos demonstrando sua insatisfação com o “governo” da “presidenta” Dilma. Não faltaram, também, críticas a Lula, Partido dos Trabalhadores, o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o presidente do Senado Renan Calheiros.
Durante a manifestação, ordeira, houve um comportamento que chamou à atenção de todos, o da polícia. De obrigatório registro a positiva presença da Polícia Militar, que armou uma logística de segurança espetacular, diante de ameaças de partidários do governo federal, representado pelo Partido dos Trabalhadores, e organizações civis, que teriam anunciado possibilidade de se locomoverem até a praça de pedágio da Terceira Ponte para manifestação simultânea. Não foi possível, esqueceu-se de cumprir as regras do jogo: avisar, antecipadamente, trajeto e locais de deslocamento, para que as forças de segurança, democraticamente, lhes concedessem garantias constitucionais para sua livre expressão.
Na pauta das manifestações: a defesa das instituições judiciais e, em especial, do juiz Sérgio Moro, Polícia Federal e Ministério Público. A imprensa noticia que Moro ficou “tocado” com as manifestações e teria pedido “corte na carne”. Muitas faixas e cartazes se manifestavam apoiando as operações da Lava Jato. Muitos pediam prisão para o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. O início da caminhada foi uma festa democrática, a entrada na Terceira Ponte a apoteose e, bem no alto, no centro da ponte, no vão central, os alicerces tremeram, a multidão gesticulava, pulava e gritava “fora Dilma, fora Lula e leve o PT junto com você”. Do Morro do Moreno outro tanto de brasileiros acenavam e tremulavam a bandeira brasileira. Acenos de aprovação para a massa verde amarela que se deslocava para a Praça do Papa. Uma festa inesquecível. Dona Dilma deveria ter visto e, certamente, viu. Um pouquinho de humildade, de grandeza, cederia à renúncia. Entretanto, diz que não há base para impeachment e que não vai renunciar.
Gilberto Clementino
Análise política