Com a decisão do PMDB em romper oficialmente com o governo Dilma, na última terça feira, 29 de março, o clima nos meios políticos está cada vez mais tenso.
Hoje (01 de abril), a presidente Dilma Rousseff exonerou o vice-presidente da Caixa Econômica Federal Roberto Derziê de Santanna, em mais um corte de nomes ligados ao PMDB desde que o partido deixou a base aliada e determinou que seus indicados deixassem os cargos no governo.
Derziê é funcionário de carreira da Caixa e havia deixado a vice-presidência de operações corporativas do banco em 2015 para ser secretário-executivo do vice-presidente Michel Temer na Secretaria de Relações Institucionais. De lá, voltou para a estatal.
A exoneração do funcionário, publicada nesta sexta-feira (1º) no Diário Oficial da União, é pelo menos a terceira, nos últimos dois dias, de ocupantes de cargos de segundo escalão no Executivo federal indicados pelo PMDB.
Na quinta-feira (31) foram publicadas as exonerações de Rogério Luiz Zeraik Abdalla, indicado pela bancada do PMDB do Senado para uma diretoria na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e de Walter Gomes de Souza, diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Denocs) a pedido do peemedebista Henrique Eduardo Alves, que deixou o ministério do Turismo no início da semana.
Nos estados está ocorrendo também uma enxurrada de saídas nos orgãos federais.
A decisão do PMDB aumenta a crise política do governo e é vista como fator importante no processo de impeachment de Dilma. Há a expectativa de que, diante da saída do principal sócio do PT no governo federal, outros partidos da base aliada também desembarquem da gestão petista.
Atualmente, o PMDB detém a maior bancada na Câmara, com 68 deputados federais. O apoio ao governo, porém, nunca foi unânime dentro da sigla e as críticas contra Dilma se intensificaram com o acirramento da crise econômica e a deflagração do processo de afastamento da presidente da República.