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Um juiz no Estado norte-americano do Texas decidiu nesta sexta-feira (21) que as pessoas que morreram em dois acidentes com aviões 737 MAX da Boeing são legalmente consideradas “vítimas de crimes”, uma designação que determinará quais soluções devem ser adotadas.
Em dezembro do ano passado, parentes de algumas vítimas dos acidentes disseram que o Departamento de Justiça dos EUA violou seus direitos legais quando firmou um acordo de acusação em janeiro de 2021 com a fabricante de aviões por dois acidentes que mataram no total 346 pessoas.
Famílias das vítimas processaram a empresa
As famílias argumentaram que o governo “mentiu e violou seus direitos por meio de um processo secreto” e pediram ao juiz distrital Reed O’Connor para rescindir a imunidade da Boeing nos processos criminais – que fazia parte do acordo de 2,5 bilhões de dólares – e ordenar que a fabricante de aviões fosse acusada criminalmente e implicada publicamente.
O’Connor decidiu na sexta-feira que “em suma, se não fosse a conspiração criminosa da Boeing para fraudar (a Agência Federal de Aviação dos EUA), 346 pessoas não teriam perdido a vida nos acidentes”.
Paul Cassell, advogado das famílias, disse que a decisão “é uma tremenda vitória” e “prepara o cenário para uma audiência crucial, onde apresentaremos soluções propostas que permitirão que processos criminais responsabilizem a Boeing”.
A Boeing não comentou o assunto imediatamente.
Acidentes aconteceram na Indonésia e na Etiópia entre 2018 e 2019
As aeronaves Boeing 737-8 MAX foram impedidas de voar em diversas companhias aéreas em março de 2019, após duas quedas de aeronaves desse modelo matarem 346 pessoas na Indonésia e na Etiópia.
As quedas teriam sido ocasionadas por uma falha em um sistema que tinha como objetivo impedir que as aeronaves subissem rápido demais e entrassem em stall (perda de sustentação). As investigações apontaram que os pilotos não haviam sido treinados o suficiente para entender como o novo sistema operacional funcionava.
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