Após ir à Brasília para debater com a presidente Dilma Rouseff e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, os danos ambientais causados ao ecossistema do Rio Doce com a passagem da lama de rejeitos, nesta quarta-feira (18), o governador do Estado, Paulo Hartung, esteve reunido com o fotógrafo e vice-presidente do Instituto Terra, Sebastião Salgado. A estimativa do vice-presidente do Instituto Terra, que já atua na região do Vale do Rio Doce com recuperação ambiental, é que as nascentes do rio levem 20 anos para se recuperar deste que já é considerado o maior acidente ambiental envolvendo barreira.
Também participaram os procuradores-chefes do Ministério Público Federal e Estadual, Julio César de Castilhos e Eder Pontes, respectivamente, para discutirem sobre o tema. O encontro aconteceu no gabinete do governador no Palácio Anchieta, Cidade Alta, em Vitória.
Durante a agenda, Hartung e Salgado reforçaram o interesse em definir um formato, diretrizes e um conjunto de medidas que são necessárias para recuperação de nascentes, cobertura florestal, além de ampliação e modernização de sistemas de esgoto ao longo do rio Doce e seus afluentes. O investimento necessário ainda não foi contabilizado por conta da alta complexidade do episódio.
Sebastião Salgado é taxativo ao definir as responsabilidades e obrigação de financiamento para recuperação do Rio Doce. “É obrigação da Vale, sócia do projeto da Samarco com a BHP e responsável pela barragem, arcar com os custos do projeto de recuperação das nascentes. Ainda não temos uma definição de formato, mas é preciso garantir a criação de um fundo para a recuperação do Rio Doce e que dure 20 anos. Elas têm capacidade de constituir este fundo de longo prazo’, diz.
Paulo Hartung e Eder Pontes defendem a união entre as diferentes instâncias do poder público e sociedade para recuperação do Doce. “Precisamos de um plano para recuperar nosso rio. A proposta é criar um fundo específico para que o Rio Doce possa reviver. Temos que transformar esse desastre tão triste em uma boa política de investimento em recursos hídricos. Precisamos juntar forças”, disse Hartung.
“É necessário unirmos esforços nesta situação para, em um espaço de médio e longo prazo, conseguirmos recuperar o rio Doce. Entendemos que a empresa [Samarco] é responsável único do fato e precisa colaborar para solucionar a situação. A recuperação do rio também é uma ação emergencial”, avalia Pontes.
Além do governador e dos chefes dos Ministérios Públicos, também participaram do encontro a promotora de Justiça, Izabela Cordeiro; o representante do Movimento Empresarial (MEES), Jose Armando; o diretor do Instituto Terra, Carlos Alberto Roxo; o secretário Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho, Guerino Balestrassi; e a subsecretária de Meio Ambiente, Carol Weber.
Fonte da Notícia:
Assessoria de Imprensa do Governo do Estado.