Quem já tem uma caminhada mais longa como espectador de períodos eleitorais já deve ter passado por essa experiência (ou algo semelhante): é o encontro com aquele candidato do bairro ou da região que, ao ser questionado sobre como está a campanha, empolgado com o que vê nas andanças, sentencia: “Olha, claro que eu conto com seu voto, mas posso te dizer que estou eleito. Por onde eu ando, todo mundo me cumprimenta e diz que vai votar em mim”.

Essa é, na opinião dos adeptos da esquerda, a versão clássica e mais humilde, do “datapovo”, a expressão cunhada para especular pesquisas de intenção de voto que apontam  Lula (PT) como favorito na eleição presidencial.

O fato inquestionável é que Jair Bolsonaro (PL) vai mesmo entrar para a história brasileira como um dos maiores líderes de massas. Seu poder de mobilização orgânica é indiscutível – não é à toa que o lema dos bolsonaristas convictos em suas manifestações é “eu vim de graça”.

É fato também que mais uma vez com essa política polarizada, de um lado temos uma multidão que apoia o presidente atual, ora atacado por suas falas polêmicas, ora amado por multidões de seus defensores, e do outro lado, temos uma militância fanática e midiática que, indeferente a todo o controverso histórico da “descondenação” do seu representante, insiste em “provar” que o mesmo é inocente, mostrando que o ainda tem muito brasileiro capaz de ir até as últimas consequencias para provar suas próprias opiniões, mesmo que estas contradigam todo e qualquer princípio de decência e boa fé. Ora bolas, se o cara foi condenado e preso depois tantas provas e delações apresentadas, como é que agora o defendem como inocente??? E as provas documentadas, eram todas falsas??? Será que todo mundo estava mentindo??? Então não deveriam ser todos presos agora??? Onde estão a verdade e a justiça neste país, afinal???

Enfim, essa conversa de “datapovo” parece mais uma falácia politiqueira, numa nação que já não suporta mais tanta canalhisse. As pesquisas, baseadas em estatísticas e metodologias já bastante testadas, ora diga-se de passagem, bastante questionadas também em seus méritos midiátricos, podem não trazer exatamente a verdade dos fatos nesta Eleição… Vejamos como será esse desfecho no dia do Pleito. De qualquer forma o desejo do verdadeiro cidadão brasileiro, aquele de boa fé, é que neste dia se mostre a verdade e a cara dessa nação, e que se escolha com consciência de que vamos colher nos próximos quatro anos, exatamente o que plantarmos na hora de nossas escolhas.